Em 14 de janeiro, comemora-se o Dia do Treinador. Momento interessante para uma reflexão a respeito do lugar-comum que habita o ambiente, em especial, do futebol brasileiro: todo cidadão apaixonado pela modalidade é um comandante técnico em potencial? A resposta negativa certamente encontrará argumentos sólidos, visto que grande parte dos consumidores dessa paixão não faz ideia do trabalho envolvido na fundamentação da formação de um elenco e consequentemente de uma equipe, bem como as particularidades de um planejamento estratégico dentro de um departamento de futebol profissional.
A lista de exigências inerentes ao trabalho de um técnico é extensa e pressupõe um plano em conjunto com uma série de outros especialistas capacitados em suas área de atuação, até que se encontre o modelo de jogo e a maneira mais eficaz de uma equipe atuar em cada ocasião.
Em primeiro lugar, o trabalho de formação técnica não começa no treinador. Para otimizar o rendimento, é fundamental que ele seja respaldado por um coordenador técnico, que sirva como elo entre a comissão técnica e a direção do clube e que faça funcionar de maneira integrada, na forma e no conteúdo, cada aspecto da performance esportiva.
A partir desse respaldo estrutural, é fundamental que o clube encontre um treinador que se encaixe em sua filosofia e seja condizente com as exigências que serão feitas do cargo. Alguém com a sensibilidade para captar as especificidades sócio-culturais determinadas pela história da agremiação e adaptar suas condições empírico-acadêmicas àquele local.
Apesar de essa realidade ainda ser um pouco distante do que acontece atualmente, os técnicos deveriam ser selecionados de acordo com as características dos projetos do empregador – no caso, o clube –, e não por conta de seus resultados nas competições.
“O futebol, sob a perspectiva técnico-tática, evoluiu muito ao longo dos anos. O ritmo de jogo, as movimentações, as jogadas de bola parada, a compreensão do jogador sobre o jogo, os esquemas de jogo, os sistemas, as plataformas... Muitas coisas foram mudando. Funções e novas atribuições surgiram e as exigências a jogadores, equipes e comissões técnicas aumentaram exponencialmente”, apontou em um de seus textos publicados pela Universidade do Futebol Rodrigo Leitão, atual treinador do time sub-17 do Corinthians.
Fonte: Universidade do Futebol